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sábado, 28 de abril de 2012

Bhikku

A verdade, na verdade, é o que fazemos dela.
Ou será apenas uma mentira,
que fere a Maria?

Tolo Bhikkhu da razão que se encontrava
cheio dessa felicidade logicamente verdadeira,
mas perversamente traiçoeira.

Mas o que importa é descobrir que nada importa,
quando o vazio tira o sentido de tudo que importava.

É o que um verdadeiro Bhikkhu diria,
em seu retiro nas montanhas.

Será?

domingo, 1 de abril de 2012

Belle Époque

Onde está o casaco vermelho, o batom meio sem jeito e a tatuagem no
braço que me convidaram para uma cerveja que eu não pude beber?
Se tivessem me dito que suco de limão poderia me embriagar talvez
tivesse aceito a cerveja.
Na verdade não, teria pedido vodka com drambuie e ganharia uma
cereja.
Aqueles olhos castanhos flutuavam na minha frente até que as vozes,
o bar, todo o ar sumissem e tudo fosse apenas aquele par de olhos.
Suas risadas e seu sorriso me levaram a beber com Lautrec e fumar com
Magritte.  
Aquela noite se tornou alguns anos que nunca vou esquecer.
Quando o presente parece tão tediosamente presente, quando às pessoas
falta sal, pimenta e álcool, fecho meus olhos para procurar pelos seus
e viver aquela feliz embriaguez que o passado me traz.