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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Solidão

Saudade da solidão,
de chegar e ficar calado,
de não ver alguém na contramão.

Aquela solidão incomum,
de se subir a escada rolante,
e só ouvir o tsssiii, zumzum...

Deixar passar a multidão,
sentir a paz do silêncio
nos inundar de supetão.

domingo, 22 de julho de 2012

Toy Story




                                                                            Toy Story
                                                                            Toy Stolry
                                                                               Y Story?


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Poesia de rua


Noite de sereno
Minha alma congelada
Alucinado...
SP que não pára...
Não sossego enquanto não vejo a minha paz!

(Paulo Henrique dos Santos, poeta, morador de rua)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Anoitecer no Ibirapuera

Cheiro de grama, barulho de grilo.
Zunindo baixinha ao fundo,
toda cidade fica pequenina.



Futeburrice

Hoje era dia de jogo, seu time ganhou!
Sente-se como um verdadeiro guerreiro,
segurando a honrosa Glamdring,
decapitando orcs e salvando sua cidade.
Mas sua vida continua a mesma merda de sempre.

Hoje era dia de jogo, seu time empatou!
Sente-se como um viajante sem rumo,
tombou com o Balrog,
caiu empunhando o Martelo do Inimigo.
Mas sua vida continua a mesma merda de sempre.

Hoje era dia de jogo, seu time perdeu!
Sente-se como um pobre miserável,
prefere não olhar para trás,
sobe no último navio rumo as terras do oeste.
Mas sua vida continua a mesma merda de sempre.

 
Já dizia o velho sábio:
"Culpa da nossa tão estúpida natureza humana".



segunda-feira, 28 de maio de 2012

Hesito




Por que hesito?
Hesitei ao sair do trem.
Ao subir as escadas, voltei,
achando que me teria como louco.
Hesito em dizer o que arde no peito.   
Me desencorajo, talvez, por medo.
Hesito, evito, existo só.
Então volto, desço,
e me calo.








                                                        Original image taken from:
http://bit.ly/MSS0vR

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Enivrez-vous

Il faut être toujours ivre, tout est là; 
c'est l'unique question. 
Pour ne pas sentir l'horrible fardeau du temps qui brise vos épaules et vous penche vers la terre, 
il faut vous enivrer sans trêve.
 
Mais de quoi? 
De vin, de poésie, ou de vertu à votre guise, mais enivrez-vous!
 
Et si quelquefois, sur les marches d'un palais, sur l'herbe verte d'un fossé, dans la solitude morne de votre chambre, vous vous réveillez, l'ivresse déjà diminuée ou disparue, demandez au vent, à la vague, à l'étoile, à l'oiseau, à l'horloge; à tout ce qui fuit, à tout ce qui gémit, à tout ce qui roule, à tout ce qui chante, à tout ce qui parle, demandez quelle heure il est. 
Et le vent, la vague, l'étoile, l'oiseau, l'horloge, vous répondront, il est l'heure de s'enivrer; 
pour ne pas être les esclaves martyrisés du temps, enivrez-vous, enivrez-vous sans cesse de vin, de poésie, de vertu, à votre guise.


(Charles Baudelaire, Les petits poèmes en prose)



quarta-feira, 2 de maio de 2012

sábado, 28 de abril de 2012

Bhikku

A verdade, na verdade, é o que fazemos dela.
Ou será apenas uma mentira,
que fere a Maria?

Tolo Bhikkhu da razão que se encontrava
cheio dessa felicidade logicamente verdadeira,
mas perversamente traiçoeira.

Mas o que importa é descobrir que nada importa,
quando o vazio tira o sentido de tudo que importava.

É o que um verdadeiro Bhikkhu diria,
em seu retiro nas montanhas.

Será?

domingo, 1 de abril de 2012

Belle Époque

Onde está o casaco vermelho, o batom meio sem jeito e a tatuagem no
braço que me convidaram para uma cerveja que eu não pude beber?
Se tivessem me dito que suco de limão poderia me embriagar talvez
tivesse aceito a cerveja.
Na verdade não, teria pedido vodka com drambuie e ganharia uma
cereja.
Aqueles olhos castanhos flutuavam na minha frente até que as vozes,
o bar, todo o ar sumissem e tudo fosse apenas aquele par de olhos.
Suas risadas e seu sorriso me levaram a beber com Lautrec e fumar com
Magritte.  
Aquela noite se tornou alguns anos que nunca vou esquecer.
Quando o presente parece tão tediosamente presente, quando às pessoas
falta sal, pimenta e álcool, fecho meus olhos para procurar pelos seus
e viver aquela feliz embriaguez que o passado me traz.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Sombra de dúvida

Lá o circo grita, sinto solidão.
Fico só entre o palhaço rico e o pobre,
procurando em migalhas a sua mão.

Como poderia aceitar meu perdão?
Sonho com um sorriso em minhas lágrimas.
As lembranças de um trapézio em monção.

Estranho vazio, eco de uma saudade,
daquele circo no fundo do mar.
Não sei mais o que quero, nem se quero.

sábado, 3 de março de 2012

O Tempo

O Tempo
 
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

(Mário Quintana)



Depressa

Saudade que nada pára,
quem dera parasse o tempo.
Perdi a hora,
o gaúcho me enganou.

Saudade daquele sorriso
de desenho animado,
que precedia o bom abraço,
que ruim ficou.

Será que foi a pressa,
tudo assim tão depressa
que atropelou o amor?

quinta-feira, 1 de março de 2012